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				IDENTIFICATION | IDENTIFICACIÓN | IDENTIFICAÇÃO
		Tangible or Intangible	
	
	Intantigle | Inmaterial | Imaterial
	
		Image credits | Créditos de imagen | Créditos de imagem	
	
	Memoria Imaterial CRL
	
		Title, name | Titulo, nombre | Título, nome	
	
	Uvada
	
		Short description | Descripción corta | Descrição resumida	
	
	A uvada é um doce que se confeciona durante a época das vindimas, em setembro e/ou outubro. Não leva açúcar porque é feita com a redução do mosto da uva com maior grau, usualmente uva das castas Fernão Pires, Periquita ou Santarém.  A esta redução junta-se canela e pero Bravo Esmolfe.
	
		Community or culture | Comunidad o cultura | Comunidade ou cultura	
	
	Comunidade local Sobral Monte Agraço, Alenquer e Arruda dos Vinhos
	
		Practitioners, Autor | Practicantes, Autores | Praticantes, Autores	
	
	Comunidade local Sobral Monte Agraço, Alenquer e Arruda dos Vinhos
	
		Museum | Museo | Museu	
	
	MEMORIAMEDIA e-Museu do Património Cultural Imaterial
	
		Place | Local | Local	
	
	Sobral Monte Agraço, Alenquer e Arruda dos Vinhos
	
		Country | País	
	
	Portugal
	
		Language | Idioma	
	
	Português
	MEDIA
		Video | Vídeo	
	
	
	
			
	
		Video credits | Créditos de vídeo | Créditos vídeo	
	
	Memoria Imaterial CRL
	
		Audio	
	
	
		Audio Credits | Créditos de Audio	
	
	
		3D object | Objeto 3D	
	
	
		3D Credits | Créditos 3D	
	
	
		Text | Texto	
	
	
		Text credits | Créditos del texto | Créditos do texto	
	
	Filomena Sousa, Memoria Imaterial CRL
	
		Record date | Fecha de registro | Data do registo	
	
	Setembro 2012- Julho 2013
	
		Image 1 credits | Créditos imagen 1 | Créditos da imagem 1	
	
	Memoria Imaterial Crl
	
		Image 2 credits | Créditos imagen 2 | Créditos da imagem 2	
	
	Memoria Imaterial CRL
	
		Image 3 credits |  | Créditos da imagem 3Créditos imagen 3	
	
	Memoria Imaterial CRL
	
		Image 4 credits | Créditos imagen 4 | Créditos da imagem 4	
	
	Memoria Imaterial CRL
	MORE INFORMATION | MÁS INFORMACIÓN | MAIS INFORMAÇÃO
		Origin, history | Origen, historia | Origem, história	
	
	A uvada é um doce que se confeciona durante a época das vindimas, em setembro e/ou outubro. Não leva açúcar porque é feita com a redução do mosto da uva com maior grau, usualmente uva das castas Fernão Pires, Periquita ou Santarém.
O mosto concentrado é denominado de "arrobe", um produto que era utilizado como substituto do açúcar e que se juntava a vários pratos, por exemplo, às papas de milho.
Vários testemunhos referem que, há cerca de 40 anos, o pero “Focinho de Coelho” era o mais utilizado para juntar ao concentrado de mosto e fazer a uvada. Hoje, porque não se encontra facilmente esse pero, utiliza-se o pero Bravo de Esmolfe.
No registo realizado em 1939 por Hipólito da Costa Cabaço em resposta a um pedido da Câmara Municipal de Alenquer, refere-se que para fazer a uvada pode juntar-se ao “arrobe” os “pêros, pêras, abobora menina ou outros frutos, vai ao fôgo até ficar uma espécie de marmelada, junta-se-lhe cravos de cabecinha e canela em pau”.
Vários relatos referem ainda que a uvada era confecionada em dois contextos diferentes: no final das vindimas na casa do patrão, quando algumas trabalhadoras deixavam o campo e eram destacadas para a cozinha para fazer a uvada; durante a vindima na casa das famílias com menos possibilidades, depois da “jorna”, durante a noite, usualmente na rua ou no quintal onde era colocado o tacho de arame sobre uma trempe e o lume de lenha.
A uvada é um doce que, realizado segundo os procedimentos tradicionais, demora várias horas a preparar. Enquanto o pero absorve o mosto e se desfaz é necessário estar sempre a mexer para não se pegar ao fundo do tacho. A uvada demora várias horas a apurar e nessa altura, para a cozinheira não se queimar com os pingos quentes que “espirram” do tacho, era hábito mexer-se o doce de pé, com o tacho na trempe ao nível do chão, utilizando-se uma colher de pau muito comprida e uma meia que protegia o braço do pulso até ao ombro.
A uvada é um doce que se conserva de um ano para o outro, é consumida no pão ou com frutos secos. Na região oeste, o Natal é uma das épocas do ano em que muitas famílias colocam a uvada nas suas mesas.
Recentemente têm surgido vários estudos que pretendem promover a utilização da uva para outros fins que não o vinho. Realizam-se trabalhos que recuperam a receita tradicional da uvada, restabelecendo o esquema de produção e a sua caracterização físico-química e microbiológica. Desenvolveram-se assim várias marcas de uvada que chegam ao mercado em maiores quantidades, sistemas de produção industriais que partem da receita e procedimentos tradicionais.
Receita registada no livro O Concelho de Alenquer 2- subsídios para um roteiro de arte e Etnografia (1991)
“Este é necessariamente um doce típico dos vinhedos e pereiros de Montejunto. Procede-se assim:
Faz-se um bom lume debaixo de uma tempe. Coloca-se sobre ela um tacho de arame dos grandes.
Deita-se lá dentro “o mosto” ou seja o sumo de uva acabado de tirar da tina ou da bica do lagar. Tem de ser vinho em mosto daquele dia para não dar tempo a fermentar. Enquanto o vinho vai fervendo no tacho de arame, vai-se tirando a espuma com a escumadeira. Quase sempre fica reduzido à metade do vinho que lá se deitou. Quando acaba a espuma fica “o arrobe” que se pode guardar para servir de açúcar para as papas de milho ou de qualquer outra coisa que precise de ser adoçada. No mesmo dia, ou no outro, deita-se lá uma porção de pêros amarelos cortados aos quartos. Os pêros vão-se desfazendo no vinho e nunca se pára de mexer o doce para não se pegar no fundo.
O lume não se deixa abrandar para que a “uvada” fique bem apurada. Logo que a colher de pau ”abrir estradas” dentro do doce, ele fica bom e capaz de guardar em tigelas ou tachinhos de barro. Leva canela e cravo de cabecinha quanto baste. Há quem o enfeite com bocadinhos de noz. Também há quem o faça com abóbora em vez de pêros. Para um duplo de vinho regula um cesto vindimo de pêros.”
in: Melo, António; Guapo, António e Martins, José (1991) O Concelho de Alenquer 2- subsídios para um roteiro de arte e Etnografia 2ª ed. Alenquer: CMA e Associação para o Estudo e Defesa do património de Alenquer. pp- 183-184.
	O mosto concentrado é denominado de "arrobe", um produto que era utilizado como substituto do açúcar e que se juntava a vários pratos, por exemplo, às papas de milho.
Vários testemunhos referem que, há cerca de 40 anos, o pero “Focinho de Coelho” era o mais utilizado para juntar ao concentrado de mosto e fazer a uvada. Hoje, porque não se encontra facilmente esse pero, utiliza-se o pero Bravo de Esmolfe.
No registo realizado em 1939 por Hipólito da Costa Cabaço em resposta a um pedido da Câmara Municipal de Alenquer, refere-se que para fazer a uvada pode juntar-se ao “arrobe” os “pêros, pêras, abobora menina ou outros frutos, vai ao fôgo até ficar uma espécie de marmelada, junta-se-lhe cravos de cabecinha e canela em pau”.
Vários relatos referem ainda que a uvada era confecionada em dois contextos diferentes: no final das vindimas na casa do patrão, quando algumas trabalhadoras deixavam o campo e eram destacadas para a cozinha para fazer a uvada; durante a vindima na casa das famílias com menos possibilidades, depois da “jorna”, durante a noite, usualmente na rua ou no quintal onde era colocado o tacho de arame sobre uma trempe e o lume de lenha.
A uvada é um doce que, realizado segundo os procedimentos tradicionais, demora várias horas a preparar. Enquanto o pero absorve o mosto e se desfaz é necessário estar sempre a mexer para não se pegar ao fundo do tacho. A uvada demora várias horas a apurar e nessa altura, para a cozinheira não se queimar com os pingos quentes que “espirram” do tacho, era hábito mexer-se o doce de pé, com o tacho na trempe ao nível do chão, utilizando-se uma colher de pau muito comprida e uma meia que protegia o braço do pulso até ao ombro.
A uvada é um doce que se conserva de um ano para o outro, é consumida no pão ou com frutos secos. Na região oeste, o Natal é uma das épocas do ano em que muitas famílias colocam a uvada nas suas mesas.
Recentemente têm surgido vários estudos que pretendem promover a utilização da uva para outros fins que não o vinho. Realizam-se trabalhos que recuperam a receita tradicional da uvada, restabelecendo o esquema de produção e a sua caracterização físico-química e microbiológica. Desenvolveram-se assim várias marcas de uvada que chegam ao mercado em maiores quantidades, sistemas de produção industriais que partem da receita e procedimentos tradicionais.
Receita registada no livro O Concelho de Alenquer 2- subsídios para um roteiro de arte e Etnografia (1991)
“Este é necessariamente um doce típico dos vinhedos e pereiros de Montejunto. Procede-se assim:
Faz-se um bom lume debaixo de uma tempe. Coloca-se sobre ela um tacho de arame dos grandes.
Deita-se lá dentro “o mosto” ou seja o sumo de uva acabado de tirar da tina ou da bica do lagar. Tem de ser vinho em mosto daquele dia para não dar tempo a fermentar. Enquanto o vinho vai fervendo no tacho de arame, vai-se tirando a espuma com a escumadeira. Quase sempre fica reduzido à metade do vinho que lá se deitou. Quando acaba a espuma fica “o arrobe” que se pode guardar para servir de açúcar para as papas de milho ou de qualquer outra coisa que precise de ser adoçada. No mesmo dia, ou no outro, deita-se lá uma porção de pêros amarelos cortados aos quartos. Os pêros vão-se desfazendo no vinho e nunca se pára de mexer o doce para não se pegar no fundo.
O lume não se deixa abrandar para que a “uvada” fique bem apurada. Logo que a colher de pau ”abrir estradas” dentro do doce, ele fica bom e capaz de guardar em tigelas ou tachinhos de barro. Leva canela e cravo de cabecinha quanto baste. Há quem o enfeite com bocadinhos de noz. Também há quem o faça com abóbora em vez de pêros. Para um duplo de vinho regula um cesto vindimo de pêros.”
in: Melo, António; Guapo, António e Martins, José (1991) O Concelho de Alenquer 2- subsídios para um roteiro de arte e Etnografia 2ª ed. Alenquer: CMA e Associação para o Estudo e Defesa do património de Alenquer. pp- 183-184.
		Associated heritage | Patrimonio asociado | Património associado	
	
	Vindimas. Objectos Associados: Tacho de arame. Colher de pau comprida.
	
		Cross reference | Referencias cruzadas | Referências cruzadas	
	
	
		Present condition | Condición actual | Estado actual	
	
	Activo.
	
		Threats | Amenazas | Ameaças	
	
	Recentemente têm surgido vários estudos que pretendem promover a utilização da uva para outros fins que não o vinho. Realizam-se trabalhos que recuperam a receita tradicional da uvada, restabelecendo o esquema de produção e a sua caracterização físico-química e microbiológica. Desenvolveram-se assim várias marcas de uvada que chegam ao mercado em maiores quantidades, sistemas de produção industriais que partem da receita e procedimentos tradicionais.
O sistema tradicional e a preparação da receita no seio familiar tem diminuído ao longo dos tempos.
	O sistema tradicional e a preparação da receita no seio familiar tem diminuído ao longo dos tempos.
		Safeguard | Salguardia | Salvaguarda	
	
	Promoção do prato junto das comunidades.
	
		Bibliography | Bibliografía | Bibliografia	
	
	http://www.memoriamedia.net/bd_docs/Alenquer/Roteiro_Bibliografico_do_Oeste.pdf
	
		Source | Fuente | Fonte	
	
	
	
			
	TANGIBLE | MATERIAL
		Type of object | Tipo de objeto | Tipo de objecto	
	
	
		Domain | Dominio | Domínio	
	
	Archeology | Arqueologia
	
		Category | Categorías | Categoria	
	
	Leisure activities | Actividades lúdicas
	
		Materials & techniques | Materiales y técnicas | Materiais & Tecnicas	
	
	
		Measurements | Medidas	
	
	
		Aditional info | Información adicional | Informação adicional	
	
	INTANGIBLE | INMATERIAL | IMATERIAL
		Domain | Dominio | Dominío	
	
	Traditional craftsmanship | Artesanía tradicional | Saber fazer
	
		Category | Categoria	
	
	Kitchen, food and stimulants | Cocina, comida y estímulos | Cozinha, alimentação e estimulantes
	
		Periodicity | Periodicidad | Periodicidade	
	
	Confecionada na época das vindimas.
	
		Transmission | Trasmisión | Transmissão	
	
	Famílias, associações e clubes locais e restaurantes.
	 
													 
			
