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Em cooperação com o Departamento de Museologia da ULHT e no âmbito da sua participação no Projecto EULAC Museums, o Museu Nacional de Arqueologia promoveu um Encontro/Debate para troca de experiências entre Portugal e Brasil no domínio da museologia e dos museus comunitários. Do lado português tomou-se como caso de estudo o Museu da Ruralidade, de Castro Verde, um projecto museológico polinucleado, que pretende envolver a comunidade na dignificação da memória, na recusa do esquecimento e na construção de um diálogo de intervenção de animação social. Do lado brasileiro observaram-se duas experiências bastante diversas: o chamado Museu do Homem do Nordeste, do Recife, e o Ponto de Memória da Estrutural – Museu Popular, de Brasília. O primeiro, na condição de iniciativa de intenção educativa do poder político, constitui na origem um museu de tipo mais tradicional; mas adquiriu ao longo do tempo, pela programação desenvolvida, um caráter verdadeiramente comunitário. O segundo, nascido a partir daa aspirações da comunidade de respigadores e vizinhos de uma das maiores lixeiras da América do Sul, nos subúrbios da capital brasileira, constitui uma verdadeira iniciativa popular, que a política museológica nacional desenvolvida durante a presidência de Lula da Silva veio a dar cobertura, no âmbito dos chamados “pontos de memória”, que começaram por ser pouco mais de uma dezena e são hoje mais de duas centenas.
Seguiu-se animado debate com um painel entre todos os presentes, alguns museólogos e profissionais, outros estudantes e simples interessados nos temas da museologia comunitária. Acentuou-se neste debate a importância de o Projecto EULAC Museus poder contribuir para a produção de políticas museológicas nacionais atentas à diversidade do mundo dos museus, nele incorporando experiências comunitárias muito diversas, nem sempre chamadas de museu sequer, mas de enorme potencial social.