Origin, history | Origen, historia | Origem, história
A função inicial do adufe estaria ligada à animação e acompanhamento musical de rituais mágico-religiosos das culturas pastoris de origem árabe. Actualmente, o uso do adufe continua a ter um carácter festivo sendo também usado em celebrações religiosas ou profanas, como é o caso das alvíssaras da Páscoa, invocações da Senhora do Almortão ou em diversas romarias e festas populares. O adufe acompanha diferentes tipos de cantares - religiosos, profanos e festivos, danças ou canções de trabalho.
O nome deste instrumento tem origem árabe - "adduff" - e, sem que se possa definir uma data ou época precisa para a sua proveniência, as mais antigas referências ao adufe surgem no Antigo Testamento, no Êxodo, versículo 20 e 21, capítulo XV - "Maria a profetisa de Aarão, tomou um adufe, e todas as mulheres as seguiram, com as mesmas atitudes, cânticos e danças". O adufe - tofe hebraico - referido nos versículos do Êxodo era um membranofone de uso exclusivamente feminino característico da Mesopotâmia e do Egipto antigos, teria a sua origem na Arábia pré-islâmica e seria o precursor dos tímpanos gregos e romanos.
O adufe é introduzido na Península Ibérica, durante a dominação árabe, entre os séculos VIII d.C. e IX d.C. associado a festejos e à dança.
O adufe (também designado pandeiro) é mencionado numa Cantiga de Amigo do século XIII, de Martin de Ginzo, jogral da corte de Afonso X, de terras de Orense "A do muy bom parecer mandou lo aduffe tanger"; Frei João Álvares refere-se ao instrumento na comemoração da batalha de Toro, ordenada por carta régia de D. João II, de 1 de Março de 1482; Gil Vicente, no século XVI, fala da generalidade do uso do pandeiro, lamentando já a sua decadência.
Actualmente, em Portugal, continua a ser muito popular, nomeadamente na Beira Baixa e em zonas com tradição na actividade pastoril, como é o caso da faixa do interior que vai do Alto de Trás-os-Montes até ao Baixo Alentejo. Esta ligação à actividade pastoril terá ainda a ver com a utilização das peles de ovelha ou cabra no fabrico do adufe.
O adufe é tradicionalmente tocado por mulheres, acompanhando o canto ou a dança.
A forma como é tocado o adufe varia conforme a região, mas usualmente é segurado pelos polegares de ambas as mãos e pelo indicador da mão direita, os outros dedos ficam livres para percutir.
Em Idanha-a-Nova as mulheres empunham-no bastante alto, em frente à cara, com um canto para cima.